Descrição da imagem: desenho de um casal sorridente, com as mãos totalmente ocupadas com sacolas, caixas de presentes, inclusive na cabeça.Consumir sem pensar no futuro
(João Souza)
Consumir é necessário, porém é preciso ter responsabilidade para não contribuir-mos com a destruição do planeta. Percebe-se hoje que as grandes empresas estão preocupadas apenas em conseguir grandes lucros deixando de lado o mais importante que é a continuidade deste bem que são os recursos naturais.
Atualmente para se fabricar um produto polui-se o ar, o oceano, o solo, além de causar diversas doenças como câncer, asma e outras... O responsável por controlar o sistema econômico e consumista é o governo que pouco está preocupado com o bem estar das pessoas, embora seja sua obrigação. Ele está preocupado mesmo em arrecadar impostos liberando toda ação que possa resultar em dinheiro.
O poder da publicidade vai além da venda de bens. Ela promove o consumismo, uma cultura global centralizada em coisas materiais. Existe algum mal nisso? Depende de a quem você pergunta. Os publicitários alegam que as pessoas gostam de comprar e de possuir coisas; a publicidade atende a esses interesses. Além do mais, dizem eles, a publicidade gera empregos, promove os esportes e as artes, viabiliza uma mídia economicamente sustentável, incentiva a competição, melhora a qualidade dos produtos, mantém os preços baixos e oferece às pessoas boas opções de compra. Outros afirmam que a publicidade deixa as pessoas descontentes com o que têm, nutrindo e criando desejos infindáveis. Não é de admirar que uma revista que anuncia vestidos de noiva novos não aceite anúncios de vestidos de noiva usados, ou que o jornal que alista corretores de imóveis não nos diga como comprar uma casa sem eles. Como também não nos deve surpreender que um veículo de comunicação que anuncia cigarros ou loterias não critique o fumo ou a jogatina.
A publicidade visa deixar-nos descontentes com o que temos e desejosos do que não necessitamos. Cria uma fome insaciável, leva ao debilitante consumismo e gera os prolíferos depósitos de lixo que poluem a Terra. A sua insidiosa persuasão invade pouco a pouco até mesmo os corações cansados dos que vivem em desesperançosa pobreza. Muitos anunciantes vendem agressivamente produtos que reconhecidamente matam ou adoecem as pessoas.
A indústria da moda não pára de lançar novos estilos, e isso com razão: quanto mais rápido uma roupa cai de moda, maior é o faturamento das grandes grifes. Como bem sabemos a moda é feita para ficar ultrapassada. Assim, o consumidor inocente pode se sentir obrigado a comprar roupas novas só para ficar em dia com a moda.
As crianças e os adolescentes americanos são hoje a geração que mais se preocupa com marcas, a que tem mais inclinação para compras e a mais materialista da história.
Os cientistas já sabem, há mais de uma década, que a taxa de reprodução dos peixes é menor do que sua pesca nos oceanos. Não é apenas a quantidade de peixes que está diminuindo. Os recursos naturais como combustíveis fósseis, minerais e produtos silvestres estão sendo explorados numa velocidade alarmante. O Fundo Mundial para a Natureza declara que 30% dos recursos naturais da Terra foram perdidos entre 1970 e 1995. E quanto perdemos entre 1996 e 2010???? A exploração desses recursos é quase sempre uma espada de dois gumes, pois os métodos empregados podem destruir habitats.
Alguns acham que, já que foi o homem quem criou esses problemas, ele pode resolvê-los. Para citar um exemplo, em anos recentes a poluição diminuiu em muitas cidades industrializadas. Esse tênue fio de esperança significa que o homem está conseguindo controlar a situação?
No Brasil, por exemplo, existem mais de 7.000 empresas de extração de madeira da floresta tropical. Os donos de muitas delas são conglomerados internacionais bem estabelecidos. Uma árvore de mogno vale cerca de 30 dólares para a empresa de extração. Mas a mesma árvore acrescida do lucro de atravessadores, comerciantes e fabricantes, pode chegar ao valor de mais de 130 mil dólares antes de sua madeira ficar exposta em um showroom de móveis. Não é de admirar que o mogno venha sendo chamado de “ouro verde”.
Quando o solo é despojado da vegetação ocorre o processo chamado de erosão: a superfície seca, sendo carregada pelo vento e pela água. A erosão ocorre naturalmente e em geral não é um problema grave — a menos que o homem acelere esse processo devido à má administração do solo, e é exatamente isto que ele tem feito. A degradação do solo afeta talvez até dois terços das terras agrícolas do mundo. Em resultado disso, a produtividade na agricultura está diminuindo sensivelmente, ao passo que o número de bocas para alimentar continua aumentando.
Será que vale a pena continuar consumindo sem pensar no futuro, sem saber a origem do produto que estamos adquirindo, como ele foi fabricado? Acreditamos que não. Muitos destes produtos são fabricados por mão de obra escrava ou de forma que contribuem para a degradação do meio ambiente. Vale salientar também que estes mecanismos de produção industrial têm causado diversos danos, desmatamentos, assoreamento de rios e lagos, inundações em alguns lugares e secas em outros. E o luxo que construímos a todo este custo, o que valerá? Tornar-se-á lixo. Até quando nosso planeta suportará esta agressão? Será que a ganância recompensa? Os marqueteiros e publicitários que fazem propaganda para que as pessoas consumam cada vez mais de forma compulsiva deveriam mudar de atitude, pensar mais no planeta do que nos lucros e juntamente com o governo fazer propagandas para que houvesse uma política de consumo responsável e reciclagem em massa. Só assim poderíamos amenizar a situação causada pelo ato de consumir de forma desenfreada. Além disso, é preciso tornar a validade dos produtos industriais mais longas para que os mesmo não se tornem descartáveis tão rapidamente causando acúmulo de lixo e prejuízo para o planeta.
FONTE: A força da publicidade - Revista Despertai de 22/08/98;
Nossa maltratada Terra – Revista Despertai de 08/2005;
Vídeo - A história das coisas- vídeo de Annie Leonard.